Há milhares de anos que estamos programados para a sobrevivência humana e que, perante uma possível ameaça, respondemos com o instinto de sobrevivência.
É um reflexo inconsciente que acontece, frequentemente, durante várias situações na nossa vida. Por exemplo, quando vamos a uma entrevista ou um exame, quando ficamos com medo ou, simplesmente, quando nos entregamos aos nossos pensamentos e imaginamos cenários desconfortáveis.
E o que é que acontece nestes momentos?
O coração bate mais depressa, a respiração fica mais rápida ou sente um ligeiro frio na barriga…
Pois é. Estas são algumas reações involuntárias que acontecem quando o seu corpo encara uma situação como uma possível ameaça.
E, para isto, não precisa de estar, efetivamente, em perigo.
Basta estar desconfortável ou imaginar um contexto que a deixa insegura, e o seu corpo vai responder desta forma, ativando este “modo de sobrevivência”.
Quando a mulher engravida, a cultura, os media e a sua própria vivência tendem a apresentar o parto como um acontecimento traumático e doloroso.
Estas crenças, o receio do desconhecido e um ambiente de gravidez inadequado, geram uma mensagem inconsciente de uma possível “ameaça”. Tudo isto surge de forma totalmente involuntária e, na hora do parto, a maioria das mulheres entra, instintiva e involuntariamente, em “modo de sobrevivência” dando origem a alterações físicas no fluxo sanguíneo, na respiração e na tensão muscular.
Por outro lado, o parto progride com uma hormona chamada Ocitocina. Para ocorrer a produção de Ocitocina a mãe deve estar tranquila, pois, em caso de tensão, não é produzida em quantidade suficiente para tornar o parto eficaz e confortável.
Durante o parto, os músculos do útero estão em plena atividade e, tal como qualquer outro músculo, precisam de hidratação, energia e boa irrigação sanguínea.
Ora, o “modo de Sobrevivência” provoca exatamente o oposto porque os torna tensos e com pouca irrigação, cansando-se mais facilmente e criando muito desconforto físico.
Perceba, no vídeo abaixo, a diferença entre os músculos que trabalham em tensão e os que trabalham em relaxamento.
Carregue no Play e acompanhe-me neste exercício, para que sinta, no seu próprio corpo, a diferença entre um trabalho de parto em tensão e um trabalho de parto em relaxamento.
Este é um dos pontos mais trabalhados no Hypnobirthing: evitar que mãe ative o seu sistema de sobrevivência com um conjunto de técnicas que usa nas várias fases do parto. Eliminando a tensão que provoca alterações hormonais improdutivas, o nascimento torna-se, obviamente, mais rápido e mais confortável.
Como já entendeu ao fazer o exercício acima, esta é uma das razões pela qual a mãe Hypnobirthing tem um parto mais confortável. No entanto, o programa não é direcionado apenas para a mãe, pois o casal deve, sempre que possível, trabalhar em equipa para que o nascimento resulte numa experiência positiva, harmoniosa e inesquecível.